“ESSE É UM TERMO SEXISTA!”

O FEMINISMO IRÔNICO DA SÉRIE TELEVISIVA CRAZY EX-GIRLFRIEND

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53450/2179-1465.RG.2021v12i1p247-274

Palavras-chave:

Feminismo, Pós-Feminismo, Ironia, Musical, Crazy Ex-Girlfriend

Resumo

O artigo tem como objetivo explorar o que chamamos de “feminismo irônico” da série televisiva Crazy Ex-Girlfriend (The CW, 2015-2019), a partir da percepção de que a obra aciona a ironia como artifício para apresentar contrapontos críticos à própria narrativa. Nossa análise concentra-se nos números musicais, que, como argumentam Ford & Macrossan (2019), é onde se materializa essa estratégia. Nosso argumento parte da hipótese de que a ironia é um recurso narrativo complexo, utilizado a fim de incorporar a discussão sobre gênero de forma bem-humorada e amparada em um léxico de jargões candentes nos debates contemporâneos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mayka Castellano, Universidade Federal Fluminense - UFF

Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense. Doutora em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ, onde também realizou um pós-doutorado. 

Luiza Costa, Universidade Federal Fluminense

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense e bolsista FAPERJ.

Referências

ALTMAN, Rick. The American film musical. Bloommington: Indiana University Press, 1987.

ARTHURS, Jane. Sex and the city and consumer culture: remediating postfeminist drama. Feminist Media Studies, n. 3, v. 1, p. 83–98, 2003

BANET-WEISER, Sarah. Empowered: Popular feminism and popular misogyny. Durham & Londres: Duke University Press, 2018.

CARREGA, Jorge M. Neves. O integrated dance musical como “obra de arte total” no cinema clássico de Hollywood. ALICERCES: Revista de Investigação, Ciência, Tecnologia e Arte, n. 6, p. 149-159, 2016.

COHAN, Steven. Part One: Generic Forms – Introduction. In: COHAN, Steven (ed.). Hollywood Musicals, The Film Reader. Londres & Nova Iorque: Routledge, 2002, p. 17-18.

DYER, Richard. Entertainment and Utopia. In: COHAN, Steven (ed.). Hollywood Musicals, The Film Reader. Londres & Nova Iorque: Routledge, 2002, p. 19-30.

FALUDI, Susan. Backlash: The Undeclared War Against American Women. New York: Crown, 1991.

FELINTO, Erick. Videotrash: o YouTube e a cultura do “spoof” na internet. Galáxia, São Paulo, n. 16, p. 33-42, 2008.

FEUER, Jane. The Hollywood Musical. 2nd ed. Bloomington: Indiana University Press, 1993.

FORD, Jessica; MACROSSAN, Phoebe. The musical number as feminist intervention in Crazy Ex-Girlfriend. Australasian Journal of Popular Culture, v. 8, n. 1, p. 55-69, 2019.

GAY, Roxane. Bad Feminist: Essays. Nova Iorque: Harper Perennial, 2014.

GILL, Rosalind. Post-postfeminism?: new feminist visibilities in postfeminist times. Feminist Media Studies, v. 16, n. 4, p.1-21, 2016.

HORN, Katrin. “Period Sex”: Crazy Ex-Girlfriend and the Feminist Politics of Offence. In: GRAEFER, Anne (ed.). Media and the Politics of Offence. Cham: Palgrave Macmillan, 2019, p. 127-145.

HUTCHEON, Linda. Teoria e política da ironia. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.

LEAL, Tatiane. A invenção da sororidade: sentimentos morais, feminismo e mídia. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura), Escola de Comunicação, UFRJ, 2019.

_______. A mulher poderosa: construções da vida bem-sucedida feminina no jornalismo brasileiro. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura.), Escola de Comunicação, UFRJ, 2015.

LOTZ, Amanda. Postfeminist television criticism: rehabilitating critical terms and identifying postfeminist attributes. Feminist Media Studies, n. 1, v. 1, p. 105–121, 2001.

_______. Redesigning women: television after the network era. Champaign: University of Illinois Press, 2006.

MATUSITZ, Jonathan; PAYANO, Pam. Globalisation of popular culture: From Hollywood to Bollywood. South Asia Research, v. 32, n. 2, p. 123-138, 2012.

McROBBIE, Angela. Post‐feminism and popular culture. Feminist media studies, v. 4, n. 3, p. 255-264, 2004.

_______. Notes on the perfect: Competitive femininity in neoliberal times, Australian Feminist Studies, v. 30, n.83, pp. 3–20, 2015.

MESSA, Márcia. As mulheres só querem ser salvas: produção, texto e recepção de Sex and the city. In: ESCOSTEGUY, Ana Carolina. (org.). Comunicação e gênero: a aventura da pesquisa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. p. 131-168.

MINOIS, George. História do riso e do escárnio. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

MODLESKI, Tania. Feminism without women: culture and criticism in a “postfeminist” age. New York: Routledge, 1991.

MUNRO, Ealasaid. Feminism: A Fourth Wave? Political Insight, v. 4, n. 2, p. 22-25, 2013.

PINHO, João Pedro. A dramédia em Girls: Da euforia à disforia, do episódico ao serializado. 68f. 2018. Monografia (Graduação) – Instituto de Arte e Comunicação Social, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2018.

SOUZA, Christine Veras de. O show deve continuar: o gênero musical no cinema. 2005. 300 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Escola de Belas Artes, UFMG, Belo Horizonte, 2005.

Downloads

Publicado

2021-06-27

Como Citar

CASTELLANO, Mayka; COSTA, Luiza. “ESSE É UM TERMO SEXISTA!”: O FEMINISMO IRÔNICO DA SÉRIE TELEVISIVA CRAZY EX-GIRLFRIEND. Revista GEMInIS, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 247–274, 2021. DOI: 10.53450/2179-1465.RG.2021v12i1p247-274. Disponível em: https://revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/527. Acesso em: 22 dez. 2024.