“QUANTO SOFRIMENTO PARA QUE OS AVANÇOS FOSSEM FEITOS”

GÊNERO E CIÊNCIA NAS CONVERSAÇÕES SOBRE O FILME RADIOACTIVE

Autores

  • Luisa Massarani Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia/ Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) https://orcid.org/0000-0002-5710-7242
  • Tatiane Leal Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0002-0410-809X
  • Amanda Rezende Lopes Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.14244/2179-1465.RG.2024v15i2p208-231

Palavras-chave:

mulheres na ciência, Marie Curie, representações midiáticas, divulgação científica

Resumo

Neste artigo, investigamos as percepções públicas acerca do filme Radioactive, baseado na trajetória da cientista Marie Skłodowska-Curie. Por meio da análise de conteúdo, examinamos as conversações sobre a obra na rede social Twitter, identificando três principais aspectos: cinematográficos, científicos e de gênero. Esses eixos apareceram de maneira proporcional e interligada, reforçando o potencial do longa-metragem para promover a divulgação científica e o debate das problemáticas sociais que atravessam a ciência. Destacou-se, também, a exaltação de Marie Curie enquanto mulher cientista, demonstrando que as desigualdades de gênero no campo foram discutidas não somente atreladas a seu tempo histórico, mas ao contemporâneo.

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Biografia do Autor

Luisa Massarani, Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia/ Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT). Coordenadora do Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde, Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz). Assessora da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Conta com bolsa de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e “Cientista do Nosso Estado” da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Tatiane Leal, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Adjunta da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Doutora e Mestre em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ. Realizou pós-doutorado em Divulgação Científica no Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), sediado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Amanda Rezende Lopes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestra em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi bolsista de Treinamento e Capacitação Técnica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) no Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT).

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Publicado

2024-12-19

Como Citar

MASSARANI, Luisa; LEAL, Tatiane; REZENDE LOPES, Amanda. “QUANTO SOFRIMENTO PARA QUE OS AVANÇOS FOSSEM FEITOS”: GÊNERO E CIÊNCIA NAS CONVERSAÇÕES SOBRE O FILME RADIOACTIVE. Revista GEMInIS, [S. l.], v. 15, n. 2, p. 208–231, 2024. DOI: 10.14244/2179-1465.RG.2024v15i2p208-231. Disponível em: https://revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/767. Acesso em: 20 jan. 2025.

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