SEMI-AUTOBIOGRAFIAS TELEVISIVAS E AUTONOMIA NARRATIVA
MODOS OUTROS DE CONTAR E REPRESENTAR NAS SÉRIES I MAY DESTROY YOU E BETTER THINGS
DOI:
https://doi.org/10.53450/2179-1465.RG.2021v12i2p101-127Palavras-chave:
ficção seriada televisiva, autoficção, narrativaResumo
Neste artigo, trago uma análise inicial de como I May Destroy You e Better Things trazem histórias e representações que, atravessadas pelas identidades de suas criadoras-roteiristas-protagonistas Michaela Coel e Pamela Adlon, sustentam um certo nível de autonomia narrativa (MENDES, 2008) ao recusar padrões tanto representacionais quanto textuais e estruturais propagados pela indústria televisiva americana e suas produções hegemônicas. Dando continuidade à minha pesquisa dedicada a séries semi-autobiográficas, debato como esses fatores de transgressão estão ligados também à maneira como se operacionaliza um processo de autoficcionalização ultrapersonalista no roteiro de tais produções, que vem se proliferando cada vez mais na TV.
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